terça-feira, 31 de março de 2015

Tudo deve carregar um sentido!

Para a minha pessoa tudo deve carregar um sentido, ainda que muitas vezes este esteja oculto até de nós mesmos, ou simplesmente neste momento... ainda ignorado.
 Mas acreditem ele está lá!
Quando entro em meu apartamento, cada um dos objetos aqui presentes, significa algo
e aqui no blog, não poderia ser diferente.
As fotos, as palavras, o estilo de texto, os assuntos e tudo que ainda está por vir ...
tem um pouco desta "criatura" que vos fala.

Quando surgiu o projeto do blog, pensei muito em o que colocar na foto de capa, pois queria que fosse algo representativo que transmitisse o meu interesse pelo mundo e a infinidade de informações que acrescentam diariamante novas paixões, as tantas que já tenho espalhadas pelo mundo.

Examinando minhas fotos encontrei os "vasos" da Casa de Cultura Mario Quintana.
Para aqueles que não conhecem o lugar, explico: O meu amado "Poeta das coisas simples" Mario Quintana *gaúcho nascido em Alegrete, mudou-se ainda *guri, aos 13 anos para Porto Alegre, onde
para o deleite de seus muitos fãs, tomou caminhos literários.

Tradutor, poeta e jornalista, Quintana viveu e trabalhou praticamente toda a sua vida em porto Alegre, não casou-se e nem teve filhos; dono de um estilo de vida realmente simples, o poeta viveu
modicamente e residiu por muito tempo em pequenos quartos de hoteis, sendo
um deles: o antigo Hotel Magestic onde permaneceu até
ser despejado por conta de problemas financeiros.

Amparado na época por amigos o poeta foi novamente acomodado em outros dois
apart-hoteis, no último viveu até sua morte em 1994.
Em sua infinita simplicidade Quintana diante das observações feitas por amigos sobre o
quanto eram  pequenos seus aposentos costumava afirmar: 

"Eu moro em mim mesmo.
Não faz mal que o quarto seja pequeno.
É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas"

O hotel Majestic por conta de sua arquitetura foi tombado em 1982 e em 1983 devido a mobilização de admiradores de Quintana, a prefeitura de Porto Alegre adquiriu o prédio e o
 transformou na Casa de Cultura Mario Quintana, um espaço multicultural que abriga salas de cinema,  bibliotecas, cafés, galerias, salas de exposições, salas de
teatro, e uma réplica do quarto onde viveu Mário Quintana.
Ah! E o jardim.. que me conduz de volta ao meu tema, a primeira foto de capa do blog.
Achei relevante falar da Casa de Cultura por que tenho certeza que mesmo, quem não conhece Porto Alegre e que ao acaso, não tenha o costume ler poesias e nunca tenha vivênciado o sublime momento de ler o Poeta das coisas simples; mesmo assim vai entender a minha foto.
Ao observar aqueles sapatos que cheios de terra e pedras germinaram plantas, o meu leitor
 vai saber o que sinto e vai comprender que a Casa de Cultura é um lugar como o mundo.
Quando você está lá, literalmente brotam pontos de vista de cada passo seu
 e assim como no mundo você precisa estar disposto a andar, a se envolver
e  a refletir sob que está diante de sua retina.   
O tenis talvez não descreva descreva muito meu estilo... a não
 ser em momentos específicos, não é ele que está em meus pés.
                                                                        Já o mundo?
                                                                       Ah esse sim...
                                                      O mundo me interessa e está sempre em minha cabeça!

   A foto de capa daqui à pouco com certeza vai mudar, meus conceitos estão sempre mudando!
Meus pontos de vista ganham sempre novos ares, todas vez que encontro mais
coerência  em algo me permito mudar, assim como minhas
fotos...  a vida é feita de fases, as quais
estão sempre representadas em quase tudo que me cerca.  



* Gentílico aplicado a quem nasce no estado Brasileiro do Rio Grande do Sul; podendo também referir-se a quem se dedica a lidas no campo
 * Menino

Foto: Ione Avelar

A quantos passos você está da vida?





"Deus"... Como é mágico este instante em que ultrapassamos a fronteira do "eu"
 e mergulhamos no "outro".
Que sublime é o sentimento que nos inunda quando permitimos que nossa curiosidade rompa com nosso senso de familiaridade e nos prove que ganhamos sempre que assentimos, o
quanto o diferente pode ser estranhamente maravilhoso e o experimentamos.
Abrimos nossa percepção e atravessarmos a rua, o bairro, a cidade, o país, o continente...
E por que não o mundo?
Não importam quantos são os passos...
Quando ousamos trilhar esse caminho, finalmente encontramos o que realmente nos fala a alma e admitimos o quanto vínhamos ignorando a riqueza alheia e o quão pouco sabemos dela.
Quando falo  aqui de riqueza, me refiro a patrimônio imaterial; de "savoir- faire", de sentimentos que são transmitidos
entre gerações, através de gestos e valores que foram impressos pelas formas mais puras e caras, que existem neste mundo  de ensinar: o respeito, a emoção e o amor.
Por que eu tenho certeza de que nada do que se possa comprar em qualquer lugar deste mundo, será mais pleno do que o sentimento de paz e pertencimento, que uma criatura capaz de entender e respeitar esse saber, carrega em seu interior ao propagá-lo.
Eu conheço bem a emoção que me domina, quando me deparo com autenticidade de quem não sucumbe, diante da voracidade dessa máquina produtora de conceitos e padrões em série, que o mundo do consumo faz questão de alimentar.
Há de se ter muito cuidado para escapar das longas garras dessa engrenagem, que capta rapidamente a fragilidade de bases superficiais que são facilmente abaladas, justamente

por estarem baseadas em uma visão una, determinada pelo egocentrismo.
O perigo de fixar-se a um conceito fechado é ignorar todo o resto, é negar-se a oportunidade de observar, aprender e deixar a emoção barrar a massificação que tende a compelir 
e transformar você em uma mescla padronizada do entorno.
 O que muito se apresenta como real, nada tem a ver com essência humana; por que esta é a primeira que nos abandona, quando aceitamos viver a busca desenfreada da compulsão
ditada por um status que se resume a notoriedade.
Ser bem sucedido na vida, ao contrário do que muitos pensam, não está ligado a nada disso.
Os melhores momentos da vida vem das coisas simples
que alimentam os laços de nossas emoções.
 Este filme em meu entender fala exatamente disso: abrir espaço para o novo não significa
abandonar a suas bases, pelo contrário, você as solidifica por que passa a entender verdadeiramente conceitos que até então você só havia absorvido.
Sempre que me disponho a mergulhar em outra cultura que não a minha, dou sim
quantos passos me forem necessários.
Adoro atravessar a rua!
Observo, aprendo, amo...
Troco todas minhas certezas por dúvidas, reavalio, experimento, me emociono, evoluo
por que não tenho a menor dúvida, de que a fala da célebre Madame Mallory no filme
aplica-se perfeitamente a vida: 
"A cozinha não é  um casamento antigo e monótono
 a cozinha é para ser feita com uma tórrida, interminável e ardente paixão."   

terça-feira, 24 de março de 2015

Paixão

A melhor coisa do mundo é se apaixonar!
Eu me entedio quando não estou com meus sentidos em polvorosa movidos por uma paixão.
Gosto deles inebriados, de sentir a excitação crescente, de mergulhar cada vez
mais em uma torrente de novas informações.
Nada neste mundo me define mais, do que exatamente uma nova possibilidade que repentinamente se descortina diante de meus olhos e me conduz a algo que antes, não havia sido ao menos cogitado.
Hoje ganhei o dia, ganhei uma nova perspectiva, ganhei uma nova paixão...
Outro país, outro idioma, outros saberes, mais um entre meus tantos amores.
É isso!
É assim que a vida ganha graça, hoje estou feliz por que perdi. É ... isso mesmo, eu perdi!
Abandonei mais um de meus pré-conceito, o admiti, deixei para trás uma ideia que em algum momento se formou e eu a simplesmente deixei ficar ali, deixei que coexistisse por alguns anos como uma visão sombria e feia de um país, que na verdade é absolutamente lindo.
Então hoje ela se desfez, perdeu; cedeu seu lugar para a informação
 se transformou, evoluiu, virou  paixão.
Que coisa genial é perder quando isso significa mudar.
Chega ser estranho perceber como  nutrimos apego ao que conhecemos; como relutamos em abandonar nossa zona de conforto, nossos conceitos e nos concedermos
 a oportunidade de mudar, de encarar o desconhecido, o diferente.
Muitas vezes tem um milhão de rotas novas em nossa frente, mas em nome de uma "pretensa" segurança, fechamos nossos olhos e tomamos novamente o mesmo caminho. 
Eu sou quase uma eterna  mutante.
Gosto de mudar de ideia, de rever meus conceitos e de sempre reconstruir meu mapa.
Esse mundo é tão absolutamente fantástico e grandioso, que não tenho como 
manter-me fechada nos meus pontos de vista.
O meu mapa mundi cresce todos os dias... entre minhas perdas e ganhos
os resultados são sempre novos e fabulosos caminhos.
É por isso:  que o mundo me interessa!!! 

                                                    
                                                                      Imagem: Pinterest

sexta-feira, 20 de março de 2015

Zaz a pequena Francesa notável

Ontem a noite tive o prazer de deleitar-me com a voz de Zaz, uma pequena notável.
Ela é uma cantora francesa que executa majestosamente uma
mescla da música francesa com o gypsy jazz.
Zaz é uma moleca dona de uma voz sensacional, que exala música em seus gestos enérgicos no palco.
Extremamente  simpática no show, ofereceu um "petit cadeaux"
 (presente) para a sua platéia e cantou nada menos que
 "Samba em prelúdio" de Vinicius e Toquinho e com um precioso detalhe: em português.
Mostrou uma imensa vontade de comunicar-se em nosso idioma e transmitiu sua mensagem, novamente  em português, ao ler uma pequena lenda de um colibri que tentava
apagar um incêndio na floresta apanhando gotas de água de um lago e jogando-as ao fogo;
 até que foi questionado:
– “Achas que vais apagar o incêndio sozinho com estas gotas?”,
– “Sozinho, sei que não vou, mas estou a fazer a minha parte”.

Ou seja, ela nos lembrou gentilmente, que a coisa nem sempre é fácil, mas ao invés de reclamar ou fugir; ajuda muito se você fizer a sua parte.
Zaz revela em suas músicas e no palco uma sensibilidade emocionante, como no momento singular onde literalmente interpretou "Si Je Perds".
O show não tem efeitos e nem grandes produções , a não ser luzes;
a Zaz usa figurinos absolutamente simples, o ponto alto do show é mesmo a sua voz e a banda simplesmente perfeita.

Bravo Zaz!!!
Merci beacoup.
Foto: Pinterest