sábado, 12 de setembro de 2015

Das coisas que são para sempre...



Uma das melhores coisas da vida é nossa capacidade de reviver momentos
 singulares através da memória.
Basta um breve instante e somos absolutamente transportados a uma outra
 época, geralmente carregada de muitas emoções.
Agora a pouco tive o imenso prazer de ser dominada por essa sensação maravilhosa, ao me
deparar com um objeto que mesmo estando guardado em minha gaveta de talheres, fazia
 muito tempo que eu não reparava nele.
Falo de uma bomba de chimarrão.
Se você não sabe o que é isso...  calma!
Não estou falando de nem um artefato explosivo, e nem tão pouco de algo ilícito. 
Explico: no Rio Grande do Sul, região sul do Brasil a população tem um tradicional hábito chamado chimarrão; uma bebida quente que é preparada em um recipiente geralmente
 feito tradicionalmente de um porongo chamado cuia.
Nele é depositado a erva mate moída, que quando devidamente acomodada, recebe água aquecida a aproximadamente 80º e então este líquido semelhante a um chá, é sorvido
atravésde um canudo metálico denominado bomba.
Então... era este o objeto ao qual me referia.
Esclarecido o mistério seguimos para a recordação por este despertada.
Em 2008 fui passar uma temporada fora do Brasil e aí surgiu a necessidade de comprar
 uma bomba e uma cuia para levar comigo, de forma que pudesse de vez em quando
 matar a saudade do hábito do chimarrão.  
Como já fazem alguns anos, não lembro mais onde a comprei e na época foi um achado, pois ela ao contrário das tradicionais bombas para chimarrão que são uma peça única, é  modulada
 e pode ser desmontada e ter o bojo aberto para limpeza.
Ela é uma graça; e mais que isso, está repleta de recordações de momentos onde eu nos dias
 de folga sentava para tomar um chimarrão; estudar ou só ficar mesmo curtindo
um instante de relaxamento e me sentindo um pouquinho
 mais perto das minhas raízes.
O chimarrão que é visto por pessoas de fora de forma estranha, é um hábito bem interessante em minha opinião; por que ele estimula o compartilhamento e
muitos momentos de boa conversa.
Por aqui é bastante normal, nos encontrarmos com os familiares e amigos para como dizemos:
"tomar um chima".
Diante do compartilhamento de uma bebida quente e reconfortante não há como não desenvolver laços, soltar o verbo e deixar que estes instantes criem
e solidifiquem belas amizades e lembranças.
Essa bomba é só uma das coisas que são para sempre; que nascem assim meio que ao
acaso e sem muita importância em uma fase de sua vida, mas que depois
 te acompanham para sempre.
Seguem as fotos da minha "bomba de estimação"
e para aqueles que não conhecem o chimarrão, disponibilizo dois vídeos um sobre
 o preparo deste  e outro sobre a trajetória da erva mate.