Sempre fui dona de uma curiosidade investigativa, assim diria.
Sou aquele tipo de pessoa que antes de viajar para um local faz profundas incursões nos livros e na internet, pois assim consigo ter uma noção do que me interessa na região e me permito montar um planejamento da viagem.
Organizo tudo de forma independente e confesso, adoro fazê-lo.
Lógico que não monto programações cronometradas e nem sou obcecada por cumpri-las à risca, bem pelo contrário; quando as crio estabeleço cidades bases nas quais
faço uma reserva de hotel ou pousada passível de ser modificada, mas jamais me submeto a possibilidade de ficar sem hospedagem depois de um dia de longos passeios
ou até mesmo ter dirigido por quilômetros.
Eis aqui alguém que estando a lazer não funciona sob fome, sede e cansaço, isso
por que quando viajo
por que quando viajo
acordo cedo e aproveito todas as horas do dia que me forem
possíveis; paro quando estou exausta e aí sim volto para o hotel absolutamente feliz, para usufruir muito daquele banho revigorante e aquela cama maravilhosa
e no outro dia cedinho . . . rua!!!
A exceção ocorre se eu estiver fora a mais de duas semanas, em um dia qualquer, esqueço-me
do fuso horário penduro o "Please do not disturb" na porta e durmo
até despertar por conta própria, por que chega um momento que
o corpo suplica por isso.
De resto, ô coisa boa que é esquecer a vida e o relógio, mergulhando mesmo em estradas e lugares desconhecidos em busca de meus interesses.
A hora fica por conta de alguns detalhes: almoçar quando bate a fome ou quando você
passa em frente daquele bistrô irresistível, mesmo que sejam 16:00
horas, está quente e você com sede e aí você vê aquele
boulevar cheio de mesinhas e repara em uma marca de cerveja
que você nunca tomou: hora de beber, o
o museu está fechando : a noite caiu.
Ah! Isso me leva a mais um fato, eu adoro exercitar meu egoísmo quando viajo e obedecer
somente as minhas vontades e portanto: amo viajar só.
Eu sei que as pessoas estranham e acho graça da expressão delas quando me
questionam: _ Mas você viaja só?
Vou fazer minhas a palavras, da por minha pessoa sempre tão mencionada
Vou fazer minhas a palavras, da por minha pessoa sempre tão mencionada
Martha Medeiros para responder a esta questão:
"[...] Solitários, somos todos, faz parte da nossa essência.
Não é um defeito de fabricação ou prova de nossa inadequação ao mundo, ao contrário: muitas
Não é um defeito de fabricação ou prova de nossa inadequação ao mundo, ao contrário: muitas
vezes, a solidão confirma nossa dignidade quando não se está a fim de negociar
nossos desejos em troca de companhia temporária.
E a propósito: quem disse que, sozinho, não se está igualmente comprometido?
E a propósito: quem disse que, sozinho, não se está igualmente comprometido?
[...] Se você não se atura, melhor não viajar em sua própria companhia.
Mas se está tudo bem entre "vocês", saiam por aí e descubram como é bom sentar num café num dia de sol, pedir algo para beber enquanto lê um bom livro, subir até terraços para
Mas se está tudo bem entre "vocês", saiam por aí e descubram como é bom sentar num café num dia de sol, pedir algo para beber enquanto lê um bom livro, subir até terraços para
apreciar vistas deslumbrantes, entrar em lojas e ficar lá dentro o tempo que
desejar, entrar num museu e sair dali quando bem entender, caminhar sem trajeto definido nem hora pra voltar, pedalar ao longo de um rio ouvindo suas músicas preferidas
no iPod, em conexão com seus pensamentos e
sentimentos, nada mais.
Vergonha?
Senti poucas vezes na vida, quando não me reconheci dentro da própria pele.
Mas estando em mim, sob qualquer circunstância, jamais estarei só".
Senti poucas vezes na vida, quando não me reconheci dentro da própria pele.
Mas estando em mim, sob qualquer circunstância, jamais estarei só".
Foto: Ione Avelar