quinta-feira, 18 de junho de 2015

Por que eu fecho os olhos?

Uma das coisas que mais gosto de fazer é refletir.
Não tenho conta do número de vezes que me flagro em auto-analise e o resultado é sempre "interessante".
Não há nada melhor que conhecermos nossa essência; para isso é preciso
 mergulharmos profundamente na própria percepção.
Eu sempre que tenho contato físico com algo que me agrada demasiadamente, fecho os olhos.
Concluí que assim procedo para que nada interfira em minha apreciação; instintivamente o faço, deixando que meus sentidos fiquem ébrios com cada sensação recebida.
E como é bom...
É aquele instante perfeito onde minha boca, é tomada por exemplo pelo vinho, café ou um queijo que a invade  completamente despertando  memórias gustativas e
 inicialmente vejo-me perplexamente envolvida em apenas decifrá-las.
O momento é breve, mas singular... e tudo em meu entorno desparece.
Cada dia mais essa "particularidade" se acentua e por vezes me coloca em
 situações inusitadas e absurdamente interessantes.
Eu diria que é no mínimo instigante; quando alguém resolve experimentar algo para entender o que exatamente foi aquela sua expressão, e vou além; é absolutamente inigualável a conversa
genial que resulta da troca de impressões entre duas criaturas com memórias sensitivas distintas que partilham uma mesma experiência.
E não é que tudo isso advém do simples ato de fechar os olhos...
Pois é, para minha pessoa tudo começa pelo olhar, é a partir dele que germinam todos
os desejos, aguçam-se as curiosidades, mas a evolução mesmo está exatamente em ceder espaço para que os outros sentidos completem o percurso do que o olhar deliberadamente iniciou.
É por isso que fecho os olhos para tudo que me é especial!




                                                                      Foto: Ione Avelar