quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Buscando raízes

                                    




 
Gosto imensamente de mergulhar no passado, pois descubro histórias interessantíssimas.
É uma viagem que me conduz através de antigos hábitos que transitam de alimentares à invenções que parecem-me existir desde sempre e sem as quais hoje não consigo imaginar-me um só dia.
Há nos tempos idos figuras memoráveis que definem e personificam muitas das "coisas" que amo profundamente.
Vejamos por exemplo alguns fragmentos de incomparáveis relatos  revelados por autores que se dedicam a este tema;
A falta do indispensável guardanapo de mesa como hoje conhecemos já foi fonte de acirradas brigas e disputas no mínimo "curiosas"  e confesso ao meu ver "absolutamente hilárias", segundo A. J. Dias:
 [...] Antes de sua invenção os comensais se comportavam de maneira inconveniente. Limpavam as mãos nas toalhas ou roupas dos vizinhos, com a concordância do outro ou criando encrenca.
Nos banquetes mais luxuosos, havia cachorros, gatos e coelhos circulando pelo ambiente ou amarrados em pontos estratégicos.
A boa educação mandava esfregar os dedos sujos nos pelos dos animais.
Serviçais atentos os trocavam por outros imaculados e perfumados.
Não por acaso em pinturas antigas e filmes da época eles integravam o cenário dos banquetes.
A função do troca-cachorros, troca-gatos ou troca-coelhos era honrosa e disputada, pois quem a exercia podia ouvir as conversas e segredos da nobreza ou aristocracia.
 A criação do guardanapo de mesa de fato é posterior e atribuída  a Leonardo da Vinci a pedido de um nobre, um tanto incomodado com as situações inusitadas que via-se obrigado a presenciar nos banquetes que oferecia.


Já Cleópatra era dona de uma personalidade e tanto, muito perspicaz apreciava política, arte, filosofia, música, literatura, história e medicina além de falar nada menos que oito línguas.
Dona de uma vaidade considerável, cuidava com esmero da aparência, tomava banho em leite e mel, untava as mãos com kyphi uma pasta aromática de rosas e violetas, perfumava o corpo com essências especiais e os pés com aegyptium, uma loção de amêndoas, mel, canela, flor de laranjeira e hena.
Usava na banheira um punhado de açafrão antes de seduzir seus eleitos.
A rainha do Nilo adorava suntuosos festins regados a muita comida e bebida, ela sabia como ninguém tirar proveito de seus talentos e jamais se deu por vencida; pois foi a própria que ao se deposta do poder engendrou sua morte.
Cleópatra conseguiu permissão para visitar o mausoléu de Marco Antônio que havia se suicidado e ardilosamente providenciou para que lhe fosse entregue na masmorra uma cesta de figos na qual estava escondida uma áspide (réptil peçonhento) pela qual ela se deixou picar, ela pôs fim a própria dinastia.
                                                Ilustração: Beth Kok